Esta opção requer a abordagem da patologia por uma equipa multidisciplinar experiente nas seguintes áreas: Neurologia (distúrbios de movimento), Neurocirúrgia (funcional), Psiquiatria e Neuropsicologia.
A terapêutica cirúrgica constitui uma opção terapêutica utilizada quando os indivíduos apresentam o seguinte perfil:
· Doença de Parkinson idiopática;
· Boa resposta à L-Dopa;
· Sintomas não controláveis consideráveis;
· Discinésias e flutuações motoras;
· O paciente tem que estar com a doença em estágio avançado e não pode ser portador de deficiências mentais ( o quociente de inteligência – QI – tem que ser de no mínimo 100).
Por outro lado, indivíduos que possuam as seguintes caracteristicas, são à partida excluidos da terapeutica cirurgica:
· Doença de Parkinson atípica;
· Apresentam compromisso cognitivo;
· Doença psiquiátrica major;
· Apresentam concomitantemente outras patologias;
· Idade avançada;
No passado, a cirurgia era um procedimento relativamente comum em doentes com Parkinson. No entanto, as terapêuticas sintomáticas farmacológicas descobertas, deixaram para segundo plano esta opção terapêutica. Actualmente, a área da cirurgia na doença de Parkinson regista uma grande evolução, desenvolvendo-se novas técnicas e procedimentos, mais precisos e seguros.
Existem duas técnicas cirúrgicas comuns: ablação de determinadas áreas cerebrais envolvidas na patologia e estimulação profunda cerebral (DBS – Deep brain stimulation). A DBS é uma técnica menos invasiva, reversível e ajustável, que tem revolucionado os procedimentos e resultados cirúrgicos obtidos para esta patologia. Consequentemente, o recurso à ablação tem diminuído, sendo aplicada a indivíduos que não possam ser sujeitos ao DBS.
Curiosamente, ambos os procedimentos cirúrgicos demonstram efeitos semelhantes. Isto poderá dever-se ao bloqueio funcional, à reposição da actividade neuronal anormal ou a uma compensação mais efectiva realizada pelos restantes sistemas motores.
É realizada a localização do núcleo alvo e, recorrendo a aparelhos de posicionamento (sistema estereotatico de Leksell), é introduzido o eléctrodo. É necessário realizar um acompanhamento permanente dos sintomas e efeitos secundários. Consoante a opção cirúrgica escolhida, é realizada a destruição do núcleo alvo ou implante de um eléctrodo permanente acoplado a um dispositivo médico implantável activo.
Na primeira cirurgia, o médico faz dois cortes de cerca de 20 milímetros dos dois lados da cabeça. Nesses cortes são feitos orifícios de 14 milímetros, por onde vão passar os eletrodos. A cirurgia, com anestesia local, dura 8 horas O eletrodos transmitirão os impulsos elétricos dos marcapassos para o núcleo subtalâmico, regulando as suas funções para aliviar os sintomas da doença.
Depois da primeira cirurgia, os eletrodos são testados durante uma semana para verificar se funcionam bem. Eles são ligados a um marcapasso externo, preso na cintura para determinar a freqüência precisa dos impulsos elétricos necessários para regular as funções do núcleo subtalâmico.
A segunda cirurgia, é realizada com anestesia geral. Os eletrodos que estavam ligados ao marcapasso externo são desligados. O médico então implanta os marcapassos definitivos e os liga aos eletrodos Esses marcapassos não são os mesmos usados em cirurgias cardíacas. São mais complexos, pois emitem impulsos ao cérebro.
Nos três primeiros meses após a cirurgia, o paciente precisa de acompanhamento médico para regulagem dos marcapassos.
Neurotransplante e outras abordagens cirúrgicas:
Actualmente, equaciona-se a possibilidade de utilizar outros métodos no tratamento da doença de Parkinson:
· Transplante de células fetais;
· Terapêutica génica através da introdução de genes;
· Transferência de factores tróficos.
Bibliografia:
http://www.google.pt/images?hl=pt-pt&q=bioquimica%20da%20doen%C3%A7a%20de%20parkinson&um=1&ie=UTF-8&source=og&sa=N&tab=wi&biw=1280&bih=558
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