quinta-feira, 25 de novembro de 2010

DOPAMINOMIMÉTICOS: LEVODOPA (L-DOPA)

        
                     
O medicamento mais importante para suavizar os sintomas da doença de Parkinson é a Levodopa ou L-Dopa. Como não se pode administrar dopamina pois esta não consegue ultrapassar a barreira hemato-encefálica (porque é uma amina), é administrada levodopa pois esta já consegue ultrapassar tal barreira. A levodopa é transformada em dopamina no cérebro através de descarboxilações,pela enzima dopa-descarboxilase restabelecendo assim os níveis em deficiência daquele neurotransmissor. Mas mesmo assim apenas 1 a 5% da L-Dopa entra nos neurónios dopaminérgicos e é convertida a dopamina.

A L-Dopa é associada a um de dois inibidores da descarboxilase periférica actualmente disponíveis (Carbidopa ou Benserazida), impedindo assim a metabolização da L-Dopa fora do sistema nervoso central. Esta associação permite diminuir a dosagem de L-Dopa em 75% (distribuição central 1-3% Vs 10%. Outra vantagem desta associação é o aumento do tempo de semi-vida da L-Dopa, permitindo aumentar os intervalos entre as tomas diárias (3 a 4 tomas diárias).

        
Estrutura química da Levodopa


       Apresenta um efeito dramático sobre a sintomatologia característica desta patologia. Os doentes respondem ao tratamento denunciando imediatamente as melhoras. Regista-se também uma melhoria do humor deprimido destes pacientes e perda da apatia. No entanto, esta farmacoterapia induz o aparecimento de complicações/flutuações motoras a longo prazo (ao fim de 2 anos após inicio da terapêutica). O mecanismo pelo qual estes sintomas são induzidos ainda não se encontra completamente elucidado, implicando possivelmente a interferência doutras vias, presentes no sistema nervoso central, importantes na fisiopatologia e farmacoterapia da patologia. Induz o aparecimento de fenómenos OFF (apatia e acinésia) e fenómenos ON (movimentos involuntários e descontrolados). As flutuações motoras e movimentos involuntários podem ser retardados pela utilização inicial de agonistas da dopamina, embora com pequeno impacto na incapacidade.


      Antes da associação destes fármacos, a administração da L-Dopa devia ser realizada com algumas restrições alimentares:
·         Restrição de vitamina B6 (piridoxina), e Vitâmina C presente em determinados géneros alimentícios (peixe, fígado, ovos, porco, frango, amendoins, e soja) que aumenta o metabolismo extracelular da L-Dopa;

·         Partir e dissolver os comprimidos em água (não em leite)

·         Ingerir o comprimido fora dos períodos de refeição (reacções adversas adversas)

·         Evitar refeição com elevado teor proteico

·         Utilizar domperidona (anti-emético - aumenta o esvaziamento
     gástrico)
       Existem formulações de libertação prolongada, importantes em doentes com flutuações motoras de fim de dose ou com problemas de mobilidade nocturna. No entanto, quando se optam por estas formas farmacêuticas, a titulação da dose é difícil, devendo ser realizada por um clínico experiente;

Existem contudo excepções. A L-Dopa é considerada a 1ª opção terapêutica quando:


     ·         Os doentes apresentam sintomas psicóticos ou distúrbios diurnos do sono severos;

     ·         Idosos;

     ·         Doentes com fenótipos acinétios-rígidos.

Exemplos de Fármacos:
            Carbidopa + Levodopa [co-careldopa] (ex.: Sinemet®, Parcopa®)
       Benserazide + Levodopa [co-beneldopa] (ex.: Madopar®);





Bibliografia:

http://viartis.net/parkinsons.disease/biochemistry.htm
http://www.google.pt/images?hl=pt-pt&q=bioquimica%20da%20doen%C3%A7a%20de%20parkinson&um=1&ie=UTF-8&source=og&sa=N&tab=wi&biw=1280&bih=558 

Mycek, M. J., & Richard A. Harvey, P. C. (2002). Farmacologia Ilustrada . São Paulo: Artmed.




Hardman, J. G., Lee E. Limbird, P. B., & Raymond W. Ruddon, A. G. (1996). As bases farmacológicas da terapêutica. Rio de Janeiro: McGraw-Hill.

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